quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Uma peruca de opilião
Em uma cabeça noturna
(A cabeça beirando a parede
E a loucura)
Se move um pouco enquanto ouve
Uma opinião sobre as celulites da lua,
Faz tanatose quando a cabeça
Vibra com a tosse,
Depois usa o que tem no prossoma
No meio da prosa.
Há muitas varizes nesta noite
Mais feminina do que nunca,
Noite com pernas misteriosamente reveladas,
Com seios de bicos levemente intumescidos.
Os opiliões se passam por aranhas
Só porque são aracnídeos,
Enganam, iludem como a noite.
Fico assim imaginando um artrópode
Com artrose
Ou algo como uma aracnidíase
Como em uma HQ
Para passar o tempo
E pensar menos nas celulites lunares...
Gostaria de beijar e lamber
As varizes noturnas.
O fantasma de um membro perdido
Passa por mim
Como uma membrana quase invisível
E sem visco.
Surge sem aviso
E verifico se todos os meus membros
Se encontram no lugar
Para continuar a caminhada noturna.
A aurora se espreme
Tentando espreguiçar
E abre um dos olhos, ainda vesgo. 

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