Uma
peruca de opilião
Em
uma cabeça noturna
(A
cabeça beirando a parede
E
a loucura)
Se
move um pouco enquanto ouve
Uma
opinião sobre as celulites da lua,
Faz
tanatose quando a cabeça
Vibra
com a tosse,
Depois
usa o que tem no prossoma
No
meio da prosa.
Há
muitas varizes nesta noite
Mais
feminina do que nunca,
Noite
com pernas misteriosamente reveladas,
Com
seios de bicos levemente intumescidos.
Os
opiliões se passam por aranhas
Só
porque são aracnídeos,
Enganam,
iludem como a noite.
Fico
assim imaginando um artrópode
Com
artrose
Ou
algo como uma aracnidíase
Como
em uma HQ
Para
passar o tempo
E
pensar menos nas celulites lunares...
Gostaria
de beijar e lamber
As
varizes noturnas.
O
fantasma de um membro perdido
Passa
por mim
Como
uma membrana quase invisível
E
sem visco.
Surge
sem aviso
E
verifico se todos os meus membros
Se
encontram no lugar
Para
continuar a caminhada noturna.
A
aurora se espreme
Tentando
espreguiçar
E
abre um dos olhos, ainda vesgo.
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