Logo
partirei para uma manifestação
Já
com a perigosa sensação de rotina.
Termino
o PF pensando na PM:
Que
grau de vandalismo terei de suportar?
Prefiro
não usar máscara
Nem
ser anônimo.
Parto
para a manifestação
Já
com a perigosa sensação de espetáculo.
Quais
as pautas?
Alguns
fazem do despautério a pauta,
Outros
fazem pautas das calçadas
E
da rua o caminho,
Antes
de qualquer definição.
O
povo grita a nação
E
se esquece de gritar povo,
Assim
como se esquece
De
que há povos entre o povo.
A
sociedade é um polvo.
A
performance absorve a manifestação,
Performance
para book e Facebook,
Mas
artística também.
Ou
então o espetáculo das ruas
Transformou
a rua no palco
Onde
arte, protesto, cotidiano
E
comunicação tenham atingido
Um
patamar de identificação
Ainda
não mensurado?
Há
muito pacifismo de um lado,
Muita
violência de outro.
Às
vezes não se define o lado,
Mas
um dos lados sempre está mais correto,
Enquanto
o outro é o Estado
Promovendo
estados de sítio
E
de exceção.
A
volatilidade do espetáculo do povo
Às
vezes adquire peso, solidez.
O
público às vezes não sabe
Como
reagir perante um espetáculo,
Não
sabe como agir,
Não
sabe o que fazer
Com
a memória dele,
Com
seu impacto.
O
público procura criar
Uma
resposta espetacular
Para
compensar a reação.
Se
a crítica não for construtiva,
Ou
melhor, se a crítica não for construção,
Muito
artista se revolta ainda mais.
Para
alguns deles, até, a rua é o lar.
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