sexta-feira, 29 de novembro de 2013

EXISTENCIAL

Um galo berra, um pássaro voa;
Passo minha beurre, minha manteiga francesa
No pão.
É salgada.
Por alguma causa sem causalidade
Tão aparente penso em um tango em Paris
E na fotografia em que aparece
A bunda de Beauvoir
(Poderia ousar dizer que é espetacular?).
Desenvolvo meu pensamento comestível
E – voilà – me recordo de que ela disse
Que Sartre nunca lhe tinha dado orgasmo.
Entendo...
Às vezes o vazio existencial
Reflete na cama:
O Néant como la fin do senso da foda
(Imagino então se fosse com Anaïs Nin).
Pobre Sartre, não aja de má-fé;
Ponha a mão na Consciência
E assuma que, no fundo, tinha medo
Da sexualidade da mulher.