sábado, 24 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Micromultíplices
Luzes estrelinas –
Já brandas,
Não tão luciferinas –
Entranham
Nas minhas entrelinhas,
Estranham
As luzes de cá dentro,
Escuras e sangrentas,
Que eu fermento
Contra a favor
Das luzes das estrelas
Que eu ungüento
No sêmen de meus olhos,
Ao relento;
E nada me cura mais
Que este veneno
(Nem vinho do Reno,
Que eu não bebo),
Pois o meu belo,
Também anestésico,
É ser um lobo,
Ao redor de vários,
Devorador de estrelas
Ao som anônimo
De um stradivárius;
E quando desesperada
Brilhante aléia
Sucumbir perante a alcatéia,
As últimas estrelas
Darem um tísico,
Mas virilmente lésbico,
Liliputano sorriso
Para que suas luzes,
Manchando um pelotão de puses,
Transformem o céu
Numa gigantesca gonorréia.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Sua urina percorre meu sangue em jatos.
A textura de suas fezes convence minha pele,
Confabula com meu nariz e tenta aliciar minha boca.
Seu suor abre os olhos de todos os poros.
Todos os poros têm olhos para você,
Têm óleos escorrendo, e não são raros;
São óleos de cozinha, que cozinham onde escorrem.
Eu estou parado, e todas as coisas correm.
O amor é um perfume que perpassa
O espaço de vôo entre a mosca e o estrume.
É a magia branca do talco desflocado
Que sobe atenuado ao odor do ânus que assa.
A vida é líquida, e eu gosto de vários tipos de taça.
Sua urina tem sangue, e eu calculo
O sabor dos pratos que você come
E que te alimentam o cálculo...
(Nem toda chuva é de ouro... Há as de cristal).
Sua urina tem pedra, sem nunca o tom ético
De um chamado João Cabral de Melo Neto.
Estas lições são de rim, uretra e mesmo do canal: reto.
A vida é atriz
E Deus foi a única meretriz que não consegui pagar.
A vida é sólida mas diz
Que não há chance de uma pedra (molhada) filosofar.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Dominatrix,
Domina
Minha memória
Como um voto
Da velha história
Do styx.
Atriz mistress,
Exibe a beleza da estria
Com a morbidez
De uma mania.
Minha refeição de escravo:
Comer cravo...
Chupar canela.
E também morder chicote...
Como um mascote.
Sou garçom, e enfermeiro...
E bom serviçal
No banheiro.
Mas, dominatrix,
Consegui meu prêmio
(Pois sou um pet vingativo),
Que é a exibir
No proscênio
Do poema
Como uma cadela
Após um enema,
Tendo escritas
Com estilete
Em um seio a palavra sex
E em outro a palavra six.
domingo, 27 de novembro de 2011
CALOPSITA (DEVANEIO)
Que me catarra na cara.
Parece um aborto, me excita.
Aborto vivo e vível da minha tara.
Incrível. Rara. Me excita. Calopsita.
Glória: parece um aborto a lua clara.
Dimórfica e órfica
Destila, mingua uma babeira baqueira.
Espessa, sem pressa.
A luz mais bela é funesta.
Funambulina que bolina –
Cinzóide nas pontas estilo estilizado –,
Resta o rastro,
Coágulo crasso
Do desejo castro.