Vinha vinho
Como vinha
O vento.
Vinho havia
Na luz vizinha
Que da lua vinha.
Convinha o vinho
Como o corpo que se avizinha.
E mais vinha,
Porque bem mais havia.
Como o vento vinha
E a luz vizinha.
Mas não só vinho
Aos lábios vinha.
Também só o que o escuro adivinha;
Pois vinha junto
O corpo que se avizinha
Do corpo e do vinho.
E de onde vinha?
Provinha...
O vinho convinha.
E vinha mais,
Mas aos lábios vinha
Não só o vinho.
O vinho só
Não convinha.
domingo, 2 de novembro de 2008
domingo, 20 de julho de 2008
quinta-feira, 27 de março de 2008
NOITE VAZIA
A noite não tinha recheio:
Estava tão solitária quanto o coração de um poeta,
Que é tão cheio!
Não havia dor, medo, paixão...
Nem uma ilusão a pedir abrigo na alma de um artista.
Como a noite entedia quando não tem poesia!...
Estava tão solitária quanto o coração de um poeta,
Que é tão cheio!
Não havia dor, medo, paixão...
Nem uma ilusão a pedir abrigo na alma de um artista.
Como a noite entedia quando não tem poesia!...
sexta-feira, 7 de março de 2008
SILENCIO
Cilicia
O silêncio
Que silencia
A música
Que necessita
Encontrar
Para ritmar
O mundo.
Mas
O silêncio
É o
Cio
Do som.
O silêncio
Que silencia
A música
Que necessita
Encontrar
Para ritmar
O mundo.
Mas
O silêncio
É o
Cio
Do som.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
BELEZA INTRUSA
Azul êxul,
Húmil,
Noivado
No rincão
Do branco
Núbil.
Pincelada
De um céu
Por terminar.
Ou ainda,
Céu suave
Coberto de nuvens.
Esgar
De intrusa beleza
Que quer viver
Em excesso de luz.
Húmil,
Noivado
No rincão
Do branco
Núbil.
Pincelada
De um céu
Por terminar.
Ou ainda,
Céu suave
Coberto de nuvens.
Esgar
De intrusa beleza
Que quer viver
Em excesso de luz.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
domingo, 10 de fevereiro de 2008
sábado, 9 de fevereiro de 2008
A PONTE
Entre
A lida
E
O prazer,
A arte.
Assim,
Sempre
Licorosa transgressão
A ação
De elaborar
Sons,
Palavras.
Assim,
Ponte
A ponta
Do iceberg.
A lida
E
O prazer,
A arte.
Assim,
Sempre
Licorosa transgressão
A ação
De elaborar
Sons,
Palavras.
Assim,
Ponte
A ponta
Do iceberg.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
TORTURA MENTAL
O corpo é luz
Que brilha em um abismo
E convida à possessão.
Mas a possessão é impossível –
A luz é muita.
É demais.
Impossível aproveitar tanta luz.
O contato dista,
Distante nele mesmo.
O corpo é ilha,
Mas que náufrago não quer deixar.
O corpo é fundo –
Abismo abismado no paladar.
O corpo supõe mistério.
É um chamado sem destino.
O corpo é mais.
Que brilha em um abismo
E convida à possessão.
Mas a possessão é impossível –
A luz é muita.
É demais.
Impossível aproveitar tanta luz.
O contato dista,
Distante nele mesmo.
O corpo é ilha,
Mas que náufrago não quer deixar.
O corpo é fundo –
Abismo abismado no paladar.
O corpo supõe mistério.
É um chamado sem destino.
O corpo é mais.
MIRAGENS
Imagens como abutres
Aguardando a carniça,
Planam, sem trégua,
À altura da cabeça.
Imagens convocam imagens
Para, debalde, mitigar
O tormento das imagens.
Imagens disfarçadas de miragens.
Morrer: tornar-se imagem
- Escrava da memória,
Que escraviza a mente.
Tais miragens:
Imagens que miram a morte.
Aguardando a carniça,
Planam, sem trégua,
À altura da cabeça.
Imagens convocam imagens
Para, debalde, mitigar
O tormento das imagens.
Imagens disfarçadas de miragens.
Morrer: tornar-se imagem
- Escrava da memória,
Que escraviza a mente.
Tais miragens:
Imagens que miram a morte.
INSTANTÂNEO
Ejeta o jato
Que
Contorce-se quase como um c
E
Pousa
Metade no meio do cenho,
Metade no meio do seio.
Que
Contorce-se quase como um c
E
Pousa
Metade no meio do cenho,
Metade no meio do seio.
Os sorrisos são perigosos.
Eles quase dizem que não há problemas.
Eles quase dão prazer de viver.
Os sorrisos são propícios ao perdão.
Nem que somente dos olhos,
Os sorrisos podem mudar as pessoas.
Eles aliviam -
São perigosos.
Fazem leve carícia no canto dos lábios,
Enchem de vida, dão boas vindas.
São perigosos.
Parece que gostam de ser sorridos.
Eles quase dizem que não há problemas.
Eles quase dão prazer de viver.
Os sorrisos são propícios ao perdão.
Nem que somente dos olhos,
Os sorrisos podem mudar as pessoas.
Eles aliviam -
São perigosos.
Fazem leve carícia no canto dos lábios,
Enchem de vida, dão boas vindas.
São perigosos.
Parece que gostam de ser sorridos.
SER HISTÓRICO
Saber que estou inserido na História me causa pavor
Saber que sou um agente
Um ator...
O que fazer com o que foi
Como começar o após
Até onde dar o passo
Até onde vai a minha voz
Saber que sou um agente
Um ator...
O que fazer com o que foi
Como começar o após
Até onde dar o passo
Até onde vai a minha voz
CORPO
Estar preso ao corpo
Não poder ser nada além de corpo
Tudo passar pelo corpo
Incomoda
Mesmo dando prazer
Incomoda
Sentir-se corpo
Sentir o corpo
O próprio hálito
Incomoda
O odor de borracha, de silicone
Que às vezes se desprende
E que nem a poesia muito alivia
Porque até ela passa pelo corpo
Porque até o Além passa pelo corpo
Não poder ser nada além de corpo
Tudo passar pelo corpo
Incomoda
Mesmo dando prazer
Incomoda
Sentir-se corpo
Sentir o corpo
O próprio hálito
Incomoda
O odor de borracha, de silicone
Que às vezes se desprende
E que nem a poesia muito alivia
Porque até ela passa pelo corpo
Porque até o Além passa pelo corpo
CARNE
Carne:
Império do sal,
Que em gesto e som,
Tem fé na terra
E no céu.
Antes, semente.
Semente
De semente repleta.
Carne:
Substância saturada
De desejo.
É de fogo:
Queima;
Em prazer,
Imita vagas,
Vagando em til.
Carne:
Única presença
No vazio.
Sol que sua,
E soa.
Carne:
Dor, dormência.
Leito da morte,
Que desperta,
Sempre,
Num único levantar.
Carne:
Concentrado mar.
Império do sal,
Que em gesto e som,
Tem fé na terra
E no céu.
Antes, semente.
Semente
De semente repleta.
Carne:
Substância saturada
De desejo.
É de fogo:
Queima;
Em prazer,
Imita vagas,
Vagando em til.
Carne:
Única presença
No vazio.
Sol que sua,
E soa.
Carne:
Dor, dormência.
Leito da morte,
Que desperta,
Sempre,
Num único levantar.
Carne:
Concentrado mar.
A ROSA
a musa dos corações que ainda contemplam
uma rainha apaixonada sem coroa
(mas com corola)
uma prostituta de luxo
(saudável como uma vida sem paixões)
- uma rosa é uma vagina bem cuidada
uma rainha apaixonada sem coroa
(mas com corola)
uma prostituta de luxo
(saudável como uma vida sem paixões)
- uma rosa é uma vagina bem cuidada
A POESIA
Enquanto prostituta,
Que trabalhe armada:
Gilete ou faca
(Nem que seja só lâmina).
Que não abaixe a cabeça,
Nem fique cega.
Que resista,
Discuta com os cafetões.
O preço é escolha própria,
Pois quem cobra também paga.
Que trabalhe armada:
Gilete ou faca
(Nem que seja só lâmina).
Que não abaixe a cabeça,
Nem fique cega.
Que resista,
Discuta com os cafetões.
O preço é escolha própria,
Pois quem cobra também paga.
Assinar:
Postagens (Atom)