quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

SEM TÍTULO (UM VEIO ANARCODESEJANTE)

Um veio anarcodesejante
Enrista o vento
Que investe em minhas narinas.
Encapelada, uma das fissuras
De meu olho estoura,
Memória e dispersão.
Farejante, o vento se inala,
Expele uma convulsão.
A História se bifurca,
Forca da própria evolução
Que se anacroniza.
Pós-anacrônico,
O vento persegue
Arquiteturas pluralistas.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

EXPERIMENTAL

Dividir a cama
Com nossos pais
- O freudismo inevitável.
Transformar, então,
Em experiência
A representação.
Dividir nossos corpos:
Amigas, amigos,
Prostitutas, michês,
Mãe, pai, irmã, irmão.
Nossas linhas de fuga
Brincarão com os clichês.
Nossos corpos serão matilha,
Uivando perfumes
Na noite irreconhecível.
As linhas de seu corpo
Promoverão zonas de rangência
Com os animais.
Uma aranha sensualmente
Apavorante criará teia
E te chamará de casa.
Gatas eriçarão seus pelos.
Uma leoa abrirá sua boca.
O hálito carnívoro
Será um banquete umedecido,
Regado a um mórbido
Licor de vida.
Linhas de fuga
Beijarão a loucura íntima
De uma teoerotologia
Criada após uma
Missa de orgia.
O número de corpos
Será ilimitado
Como o desejo.
Mas o desejo é imensurável,
E chegará o momento
Em que todos os corpos
Estarão em nós,
Profundamente indiscerníveis.