quinta-feira, 25 de junho de 2015

SEM TÍTULO (O SER É NÔMADE,)

O ser é nômade,
Tudo é fluxo espermático, sanguíneo,
Os lobos que eriçam meus pelos
Para poderem viver,
A película de seus olhos
No arvorecer florestal,
O ritmo mágico da fala indígena
Que zumbe em seu ouvido
E prejudica a tecnologia dispendiosa
Das grandes cidades,
O mito alucinado invadindo
Seu corpo e o corpo citadino,
Os corpos das mulheres bêbadas
Anoturnadas, o vento que sopra
A pústula quente do seu desejo
Andrógino de ser Cristo,
O ser é nômade...
Mas algo tem de se repetir.
É preciso que algo se repita,
Caos saudoso no entorno
De algum retorno.
Uma palavra tensa, aflita,
Que, por um momento que seja,
Performe o eterno, densa.

terça-feira, 23 de junho de 2015

SEM TÍTULO (SATÃ ELUCIDA)

Satã elucida
A companhia das crianças,
Enquanto a campainha de Deus,
Feito paleta,
Avulta uma técnica rembrandt
De cor nos corações
Menos aquecidos.
Deus é esta técnica de luz e sombra
Que o esteticismo satã
Torna esmaecida.
Já vi a cosmicidade nos olhos
De uma criança.
Uma batalha feroz,
Que faz com que os ingênuos
Sejam os menos ingênuos
De nós.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

LICANTROPO

Menstruosa, cibelina, polimasta,
Eu também monstruo.
Sua loucura me arrasta.
Quero minha lua; possuo
O sangue da mais ferina raça.
Meu uivo eu suo.
Nada há que me faça
Ser mais fasto
Que sua face nefasta.