sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

DO PARNASO ANACRÔNICO DESEJO

Déia,

Que meu tartamudeio

Não lhe soe

Um dia

Como diarréia...

Sentimental.

A dor intestinal,

A conseqüência fecal

Serão puras

Como nenhum sentimento.

O pensamento será reto,

E o poema

Duro como cristal.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O corpo

Não condizer

Com a poesia.

Nem com

A estranha beleza

Nem com

Súbito prazer

E alegria.

Tormento deste poeta

(Oh!, confissão?)

Da aleivosia.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Eu sou distante,

-bas errante.

No horizonte,

Luz que cega.

E nenhum Deus

De Dante

Que me

(Ou que eu)

Cante.

A luz que cega

Chega,

Mas é cega

E fareja

Um canto

De morte.

Nenhum norte

Aconchega.

Distante,

O infinito

Se deposita

Na minha carne.

Existe uma chave.

Sendo nada

Mais que carne,

A carne se torna mais.

O corpo é santo

Em sua violência.

E sendo animal,

Diverge dos animais.

Eu sou distante

No horizonte

Da luz que cega.

É com esta morte

Que me aproximo

Do mundo.

Com esta luz,

Cega,

No fundo.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A um certo poeta

Compreendo a enfermidade

Que advém

Quando de uma mendiga,

L’Hermite contemporâneo,

A falta de uma perna

E as fezes na rua.

Mas o que intriga

E convém à curiosidade

É este pênis decepado

- Presente para a amada sua -

Como a perguntar

Pela identidade.