A lolita gótica
Descortina
a noite,
Encoberta
e farmacopornográfica.
Abraça
a arlequina,
Vão
procurar novas drogas
Com
o i-boy,
Ora
um Humbert Humbert
Com
vocabulário tecnomano,
Ora
um clowcel
Que
descobriu no tráfico
Um
afrodisíaco.
A
noite funambula suas camadas,
A
superficial, noturna,
A
outra, mais noturna, infinita,
A
cosplayer, a alucinógena
E
alucinada, enfurrycida.
Mais
ao longe,
Na
saída de um rock pub,
Um
sorriso sinaliza
Batom
negro, tatuagem facial
Ou
mesmo uma gag aranha?
Do
chão, a lua cabe na gag
Devoradora
que é o sorriso
Que
expandiu
Um
sonoro sonho momentâneo.
Há
algum homem morcego?
Em
uma lanchonete
Gourmet artesanal
Uma
menina com camiseta
Lésbica
heteroflex
Lê
no celular o título de um artigo
Sobre
punk veganarquista.
Em
um café meio sujo,
Uma
personagem deslocada,
Como
Blanche, lê Blanchot.
Lê
o título de uma obra
De
Blanchot.
A
noite infinita.
O
discurso infinito.
Qual
o fim da noite
Para
se descortinar
A
noite sem fim?
A
noite blanche
É
a cortina entreaberta
Da
noite noire,
Investigada
até a noite
Mais
aberta e mais insondável,
Até
a expansão impossível
Da
noite...
Noite
blanche du noir.