Meu
fluido desperta os mortos do desejo
Como
miasmas perseguidores,
Atinge
o órgão de granito
Das
estátuas gregas, saliva em seus pés,
Corrói
o que o tempo já corrói.
Odor,
sabor, textura:
Meu
fluido (se) altera tudo
No
percurso...
Seu
alvo é o mundo.
Sua
corrosão fecunda,
Presentifica,
progride,
Delineia,
torna instantâneo.
É
um espirro em espiral, uma vertigem,
Redemoinho,
maremoto,
Hidra
líquida que solidifica,
Origem
em estado de amnésia,
Mistério
totalizante,
Desmemoriado,
que origina
Tudo
desde sua origem
Monocausal
que perde a causa.
A
causa que desliza como cauda...
Lúdica
criação
Em
sombras lúcidas
Como
(auto)bullying de fantasmas
Que
doa sentido aos fenômenos.
Estátuas
gregas, automóveis,
Humanos
em diálogo,
Animais
em instinto,
O
que eu falo, o que eu sinto:
A
tísica da metafísica,
A
origem (em crise) que esparge a própria meta
Na
mente humana
E
em qualquer engrenagem.
O
fluido corrói, fecunda, vivifica
E
ao mesmo tempo mata
Para
procurar a origem mais profunda.
Tudo
é sagrado quando há a busca,
Pois
tudo é sagrado quando o homem (se) funda.