Há
uma espécie de magia negra
Rebolando
as bilabiais
De
sua fala molhada
Com
a aguardente
Que
se mistura com o sangue quente
Do
galo, da presa imolada.
Galo
negro como sua pele,
Negro
como a pele de seus olhos
Quentes,
que são quentes
Como
a pele quente como o sangue
E
a sensação da aguardente.
As
linguodentais de sua fala quente
-
Hálito de serpente -
Ritualizam mais mordente
A
pele de seus olhos pela
Pele
de sua pele
Que
já é a pele da noite
Não
fosse a aura quente
Da
aguardente misturada ao sangue
-
Silhueta de listas vermelhas dançando
Molhadas,
chapiscam
A
noite como fagulhas
Da
fala do desejo.
Listas
dançantes,
Dissonâncias
macabras
Ressoantes
no silêncio
Violado
pela fala.
A
falha da noite,
O
orvalho vermelho na folha,
A
língua dos demônios
Promovendo
terrorismos
Que,
abalando a linguagem,
Abalam
a vida e o mundo.
Ou
na latência de abalar,
Abalam
a certeza de que o silêncio
É
tudo ou todo mudo, e de que nenhum
Orvalho
é alcoólico
Ou
de que todos são transparentes.
É
o terror...
Não
o da noite, mas o que abala
A
própria noite a partir de sua
Própria
urdidura.
O
terror da fala sangrenta
De
vida e que aguarda com dente
O
dia para deixar a marca
De
seu orvalho quente,
Que
despenca enquanto o espectro
De
um galo imolado
Clarina
desejoso de,
Após
a violação do silêncio da noite,
Aterrar
a fala clara do dia.