O que é esse desespero mudo
Que ouço quando vibro os sons do mundo?
Que vivencio quando me percebo com vida?
Que tateio quando me sinto com carne
E que sofro quando me intuo com espírito?
Ter razão me assusta.
Raciocinar isto me apavora.
Sustenho meu susto nas intermitências
De encoleirado cotidiano.
O que é esse desespero mudo
Que me diz “por que não nada?”
“Por que algo, aqui e agora?”
Por que preciso indagar algo
Quando poderia ser nula afirmação?
sábado, 19 de dezembro de 2009
sábado, 12 de dezembro de 2009
CAETANO VELOSO
Caê caiu.
Queria ter segurado o Caê.
Só não pode brigar com o Caê.
Porque, se não, o Brasil
Cai em você.
Queria ter segurado o Caê.
Só não pode brigar com o Caê.
Porque, se não, o Brasil
Cai em você.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
domingo, 22 de novembro de 2009
sábado, 21 de novembro de 2009
PROVINCIANO
Cidade grande, tentacular?
Não a experienciei.
E sem experiência, já a temo, já a odeio.
A luxúria da preguiça me invade.
Preguiça de província onde,
Mesmo trabalhando, progredindo,
Ainda se vive.
Meu spleen é só um marzinho de tédio.
Cosmopolita é meu discernimento;
Mas meu corpo,
Meu desejo,
Minha natureza
Pedem menos.
Assombrado por infinitos,
Odeio tudo que seja demais.
Minha cabeça se entusiasma com chapéu,
Mas minhas narinas se acostumaram com esterco.
O mato, sem querer, estimulou minha sensibilidade.
A mim, que a natureza provoca calafrios.
Meu carro ultrapassa charretes.
O punk tira leite da vaca da pequena fazenda de seu pai.
Aspirante a erudito,
A falta de erudição me contenta.
Não preciso conhecer muita gente.
Não enfrento o mundo,
Mas tento enfrentá-lo quando me enfrenta.
Viver é outra coisa.
É essa outra coisa que eu vivo.
Cidade, para mim,
É lugar de se encontrar.
Ao desconhecido da cidade grande,
Prefiro o mistério da existência.
Aqui,
Sustento meu mistério
Sem maiores mistérios.
Não a experienciei.
E sem experiência, já a temo, já a odeio.
A luxúria da preguiça me invade.
Preguiça de província onde,
Mesmo trabalhando, progredindo,
Ainda se vive.
Meu spleen é só um marzinho de tédio.
Cosmopolita é meu discernimento;
Mas meu corpo,
Meu desejo,
Minha natureza
Pedem menos.
Assombrado por infinitos,
Odeio tudo que seja demais.
Minha cabeça se entusiasma com chapéu,
Mas minhas narinas se acostumaram com esterco.
O mato, sem querer, estimulou minha sensibilidade.
A mim, que a natureza provoca calafrios.
Meu carro ultrapassa charretes.
O punk tira leite da vaca da pequena fazenda de seu pai.
Aspirante a erudito,
A falta de erudição me contenta.
Não preciso conhecer muita gente.
Não enfrento o mundo,
Mas tento enfrentá-lo quando me enfrenta.
Viver é outra coisa.
É essa outra coisa que eu vivo.
Cidade, para mim,
É lugar de se encontrar.
Ao desconhecido da cidade grande,
Prefiro o mistério da existência.
Aqui,
Sustento meu mistério
Sem maiores mistérios.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
MISTÉRIO EM SI
Ser-jogado-no-mundo,
Sem causa,
Sem justificativa,
Sem finalidade:
Este é o mistério que eu suporto.
Sem causa,
Sem justificativa,
Sem finalidade:
Este é o mistério que eu suporto.
RAKON VON BASSNAUZER
De sino
O som,
Rakon
von;
Insinuando súplicas,
Mesclando
Tons.
É em
Vão,
Rakon
von:
Vou
Somente mais tarde
Acariciar-lhe
O focinho.
O som,
Rakon
von;
Insinuando súplicas,
Mesclando
Tons.
É em
Vão,
Rakon
von:
Vou
Somente mais tarde
Acariciar-lhe
O focinho.
domingo, 18 de outubro de 2009
Penso em beber água...
Gosto de beber água.
Também quero comer algo.
Algo de que eu goste.
Gostaria de dormir um pouco.
Tentar sentir aquele exato estado
Meio restaurador de semiconsciência.
Caminhar, então.
Por algum caminho que eu queira.
Mais ou menos pelas bordas.
Sentar e observar algo sem muita atenção.
Uma praça suja de folha e de resquício de pomba.
Uma vadiagem de cão.
É bom, às vezes, dizer o que se gosta.
Gosto de beber água.
Também quero comer algo.
Algo de que eu goste.
Gostaria de dormir um pouco.
Tentar sentir aquele exato estado
Meio restaurador de semiconsciência.
Caminhar, então.
Por algum caminho que eu queira.
Mais ou menos pelas bordas.
Sentar e observar algo sem muita atenção.
Uma praça suja de folha e de resquício de pomba.
Uma vadiagem de cão.
É bom, às vezes, dizer o que se gosta.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
POEMA PARA SIMONE
POEMA PARA SIMONE*
A obsessão dessa menina por ovos não está certa, não!...
Salmo nela!
*Personagem da "História do Olho", de Georges Bataille (1897-1962).
A obsessão dessa menina por ovos não está certa, não!...
Salmo nela!
*Personagem da "História do Olho", de Georges Bataille (1897-1962).
terça-feira, 9 de junho de 2009
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