quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

De onde a paixão do detalhe? Que orienta certo Oriente? Que prodigaliza e rebaixa certa ninfeta? É questão de detalhe toda morbidez, é priápica a perscrutação de sardenta tez, isto é, de sardas uma de cada vez, e de preciosismo de pedras, tecidos, estilos, com torcicolo ou com estilete?, filete de luz, réstia de azul, resto de alimento no canto do prato? De onde o súbito parto das pequenas coisas, que se avolumam, outorgam soberanas o domínio da atenção, a lente do foco, assoberbando como uma infecção, metástase in loco, rebanho, tropel, enxame, exame de pontos, vírus, bactéria, icário ácaro, cárie na ponta da língua, ou melhor, ponta da língua na cárie (e não importa o tamanho do caralho?)? Unha infantil no canto da pia, na extremidade do vaso sanitário, mosca em teia de aranha no último caule da última planta do orquidário? É de semente em semente que o solo sente que assume o poder.