segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e ouro...     
(Mário de Andrade)

O clowncel pintou
Os cabelos de verde.
A mãe não aprovou,
Mas não importa muito.
De noite, faz um jogo
De luz e sombra
Com os postes iluminados
E com as árvores das calçadas:
No claro é Coringa sorrindo,
No escuro é Pennywise
Se transformando em algo
Que o clowncel nunca será
Se o dia amanhecer,
Se lavar o rosto,
Se tirar a tintura,
Se retirar a máscara no espelho
Sempre mascarado,
Fragmentado e traumatizado.
Pennywise, no escuro,
Pensa em como seu pênis
Poderia mutar.
Mas arlequinas
Não existem mais.