sexta-feira, 4 de outubro de 2013

OS CÃES

Alguns cães criaram uma gangue.
Afastam outros cães do território
E desconfiam de alguns transeuntes humanos.
Alguns deles têm cicatrizes
De maus tratos de antigos donos
Ou de brigas com outros cães.
Atacam fêmeas no cio como irmãos de sangue.
O sangue das ruas os irmanou.
Tentaram queimar um deles
E eles conseguiram salvá-lo
E quase matar o agressor,
Que foi salvo por outros agressores armados.
Um deles resistiu a um envenenamento,
Mas outro não.
Invadem praças e igrejas às vezes.
Mas aceitam ser espantados destes locais.
Dividem o lixo e a comida que alguns oferecem.
Fogem da carrocinha.
Somente dois foram pegos.
Alguns os odeiam, os querem mortos,
Outros os vêem como heróis.
Um deles salvou uma criança,
Mas não se sabe exatamente como.
Dizem que enfrentou um cão muito maior.
O suposto líder é caolho:
O chamam de Pirata.
É um labrador mestiço e da cor suja da rua.
Pirata roubava pequenas lojas.
Apanhou ferozmente da polícia,
Cuidou de um mendigo em fase terminal.
Ninguém sabe onde perdeu o olho.
Ainda creio que Pirata e sua gangue
Estão realizando uma revolução
Ou algo parecido
Que nenhum homem pode compreender.

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