quarta-feira, 9 de outubro de 2013

NOTÍFAGO

A lua é o desejo
Da minha garganta
Licantropa que gargantua
Tudo que alcance possua,
E atua como fera,
Vocifera, uiva.
Seu escuro uiva
De falta de luz de lua,
De solidão de brilho de estrela,
Pois minha garganta
Quer ser o céu,
Quer devorar o céu
E o aprisionar.
Minha garganta astral,
Minha garganta cósmica
(E cômica e que come)
Já performatiza seu ódio
Que busca a beleza,
Seu ódio esteta
Devorando a sensaboria
Que uma noite simples pode bocejar.
Toda noite deve ser especial
Para minha garganta.

Nenhum comentário: