A
companhia de árvores
Exibe
seu corpo cadavérico:
Bailarinas
dançando em jejum,
Enquanto
uma exibe o gesto
De
acalentar nos braços
Um
filho invisível
De
que ela se arrependeu
De
abortar por conta própria.
Mas
também dança,
Confundindo
a culpa e o sofrimento
Com
um artístico fetiche fetal.
A
natureza sempre tem novas gestações
E
configura de outro modo
O
que para nós é fatal.
Porém
esta árvore bailarina
Sente
o que nenhuma sente,
Se
comunica mais que as outras
E
às vezes sorri
Um
sorriso largo e deprimente
Que
me atemoriza.
As
sombras fazem-nas dançar mais.
Ela
quase não tem cabelos,
Sua
dentição é horrível.
Seu
balé suave pesa como martelo.
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