segunda-feira, 7 de outubro de 2013

SISMÓLOGO

Percebo uma arqueologia do toque.
As camadas do toque.
Há poliamor neste afago, escondido, vago.
Há encenação em seus gestos,
Todo um teatro poliândrico é posto em cena
Mesmo nos monólogos.
Você é um mise en abîme.
O que havia de poligamia
Já foi bebido no café de manhã
Com a sujeira amanhecida de seus dedos.
O café estava fraco.
Sinto seu beijo cafeinado, crosta
Em que procuro o manto,
O enigma do magma, seu espanto,
E cismo com sua sismologia;
Procuro o seu núcleo, logo sismo.

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