sábado, 12 de julho de 2014

SEM TÍTULO (UMA LEGIÃO DE ESTRELAS CORRE,)

Uma legião de estrelas corre,
Dispara violentamente nos olhos
E no universo de uns cabelos negros,
Enquanto uma flânerie esmeraldina
E pulsante de grilos confisca
O desenvolvimento da orquestra noturna.
Um desejo de ser animal
Perscruta e palpita a possibilidade
De não assumir forma definida nenhuma.
O nome é legião:
Estrelas são demônios (ou anjos) fulminados
Pela vergonha e pelo prazer.
A noite animalizada é brilhante e sonora,
Se parece com um grotesquiou
Casco de tartaruga.
Uma boca melada de mel halita
Meu conforto entrosado com a noite,
Habita a linguagem de um discurso
Canforado que se quer deficitário.
O discurso se rende, pende como orvalho
Espreguiçando no colo da manhã.
O discurso vira, então, ocaso.
A linguagem (e a noite) permanece. 

Nenhum comentário: