sábado, 19 de julho de 2014

OPRESSOR

Quanto de meu verso a subjuga,
Em forma a transforma,
Em linguagem a manipula?
Quando escrevo,
Qual sua realidade,
O que nela muda?
Ou meu verso com desejo
De dominação ainda não
Coagiu sua pele a ser a tinta
Que me impele a continuar
Buscando aprisioná-la?
Você é esquiva a ponto
De julgar que nenhum verso
Soprará em seus cabelos
A tentação de ser em vida imortal?
A quero livre, liberta, libertária,
Mas em nome de prendê-la
Em meu verso assumo sem pejo
Que sou opressor e que irei um dia
Escravizá-la com alguma rima rara. 

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