quinta-feira, 10 de julho de 2014

OLOR

Olor solar no corpo do mar
Pela lua deflagrado.
Flagelo hiperestésico
Silenciosamente concentrado
Em gesto farto de candura.
Olor como holofote natural
Do ror das sardas do rosto,
Seios e barriga.
Olor rolando em vagas
No corpo do mar
Armado de fadigas,
Ao olorificar dos olhos
Um capricho de czar
De posses desmedidas.
Horror do olor olente
Do desejo de adentrar
O corpo usina do imaginário,
De subjetividade musicado,
Sagrado e vivenciado
Indefinidamente.
Horror e delícia ingente
Do desejo de morrer e viver,
No corpo do mar,
Indiferentemente. 

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