quarta-feira, 23 de julho de 2014

POEMA SINGELO PARA O CÃO VELHO

O cão bebe a própria urina.
Suas orelhas compridas
Ficam molhadas,
Ora quentes, ora geladas.
De manhã costuma
Não beber: mistério.
Talvez o sono seja mais sério.
Não há inseto que sobreviva
Às suas patadas.
Antes de comer,
Precisa de afago.
É vítima de TOC.
Estudo para novos Pavlov.
Faz acupuntura
Para as patas traseiras.
Lambe compulsivamente
As dianteiras.
Espirra engraçado,
Tem um humor escrachado.
Articula o latido
De diversa maneira:
O sino badalando
A sina do farejador,
Que pela sarna negra
Já foi caçado.
Mas vive bem,
Vive bem o cão.
Nunca para de balançar o rabo.

Nenhum comentário: