Um encontro entre amigos é mais que um
único encontro,
É mais que um único momento presente,
dado, pronto.
Presentificação seja talvez o processo
mais exato,
Pois um encontro entre amigos - uns mais
próximos,
Outros mais distantes - é também a
tentativa
De perscrutar as contingências da vida
uns dos outros:
Os passos que não foram vistos, mas
dados ou imaginados,
Supostos, sugeridos, narrados pelos fios
dos enredos criados
Quando não revelados por ninguém.
Os passos se transformam em indícios,
reais e irreais,
De olhar, de gestos, de algumas palavras
soltas,
Porém significativas para a hermenêutica
dos amigos.
E é isto que mantém a amizade:
A revelação, parcial ou integral, do que
se passou
Durante os passos que não foram vistos,
A distribuição dos enredos como
positivos desejos
À distância intuídos e compreendidos,
Ainda que a verossimilhança falhe no
teste;
O compartilhamento das narrativas reais
e imaginadas
Entre as vozes, os olhares, os gestos.
O presente, a presentificação do passado
E, por fim, a curiosa abertura às
contingências do destino
Como uma direta e sorridente questão:
Quais serão os próximos passos, meu
irmão?
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