domingo, 31 de agosto de 2014

A POETA SABE

A poeta rubricou seu beijo
No desejo da minha pele aflita.
Minha pele memorizou os lábios,
A saliva, a leve encostada
Do esmalte dos dentes.
O beijo é a performance da boca
No palco da pele alheia.
A boca é para falar, comer,
E beijar é sua desfunção.
Na desfunção é onde estão
A beleza e o prazer.
A poeta beija sabendo disto. 

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