Poderia
falar do padre
Que
desejava comer a própria tênia,
Ou
da criança
Que
se envolveu com magia negra,
Do
pai que se envolveu
Com
as duas filhas gêmeas,
Da
mãe que colecionava fetos,
Da
avó que se prejudicou
De
tanto que amava os netos,
Da
celebridade de vida
Prazerosa
e triste,
Do
artista doente
Que
sonhou em ser Deus,
Do
pássaro na gaiola
Que
preferia a liberdade
Ao
alpiste,
Da
performance sangrenta
E
subterraneamente lírica
De
bailarinas moribundas,
Do
céu azul claro
Que
sempre se confundia
Com
o ponto de vista
Visto
por uma criança de colo,
Da
flor solitária
E
resistente no deserto gasto do asfalto,
Da
muda de bonsai
Cultivada
por um orientalista
Budista
cultivado,
Do
socialista desiludido
Após
adquirir poder no Estado,
Da
mutilação corporal
Perpetrada
pela arte contemporânea,
Da
população revoltada
Entre
a luz e a sombra do caminho,
Do
poema tentando ser escrito,
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