Há
sangue em minhas mãos.
Não
matei ninguém.
Ninguém
morreu nelas.
Nenhuma
mulher menstruada
As
devorou com prazer.
Não
tenho ferimentos.
Sujo
as pessoas,
Mas
não percebem.
Engulo
com sangue minha comida.
No
banho, saio mais sujo.
Não
fica pisado o sangue
Em
minhas mãos,
Fontes
da vida e da morte.
As
lambo como alucinado
Em
estado de surto,
Olhos
arregalados, sedento.
Minha
língua fica mais vermelha.
Se
eu decepar uma mão,
Conseguiria,
após, decepar a outra?
Sou
um Cristo sem cruz.
Onde
os que me pregarão
E
matarão?
Quero
logo ressuscitar.
Na
esquina, levo um tiro no coração.
O
sangue continua nas mãos,
Encharcando
tudo,
Avermelhando
a esquina
Como
se ele
Readquirisse
sua liberdade.
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