terça-feira, 24 de junho de 2014

A SEITA

Vem vento.
Sopra como uma pomba branca
Perdendo a nitidez
Na língua do vento.
O vento anoitece.
Uma luz vomita a cabeça
De um astro,
Afogado no próprio vômito.
Há, aqui, ali,
Tons tonalizando outros tons.
Ali, aqui, há
Sons sonorizando outros sons:
Coaxares, trilos...
Eu, meio tom,
Entre o som e o sono,
Anoiteço para que dentro
Uma seita iniciática de sóis
Alimente uma fogueira.

Um comentário:

Mar Becker disse...

que massa, imagens e som lindos demais. gostei muito, carlos!

mar