segunda-feira, 23 de junho de 2014

PATRÃO FIFA

A Nação é feliz,
Generosa, voluntária,
Come comida estragada,
Porém de alto padrão.
A Nação está no estádio,
Está falando inglês
Consigo própria,
Em nome de uma noite de sexo
De alto padrão.
A bola bate nos ouvidos,
Nos olhos, na boca,
Mas a Nação se levanta
E não desiste nunca: é gol!
A Nação é branca,
Sente desejo
Pelos jogadores mais brancos,
Representa seus capoeiristas brancos,
Seus índios, sua História.
Pombas brancas voam
Em nome da miscigenação.
Fora do estádio,
Menores de idade de baixo padrão
Fazem alto padrão
Com o rico estrangeiro que
(Talvez com razão?)
Diz que o Brasil é o paraíso.
O povo (não a Nação)
Vê o gol pela televisão,
Ou então vai à rua
Dizer que é povo e não Nação.
Com muitos gols,
É a Copa das Copas.
Jogos bons, euforia, satisfação.
Protesto mesmo é nas urnas,
Conscientiza a PM
Na orelha (roxa) do cidadão.
Maltratam uma dama no paraíso
(Só um acidente de percurso,
Uma pequena confusão).
O que importa é que na rua
Não houve maltrato nem nada
Que envergonhasse a Nação.
Copa das Copas,
Com muito gol e emoção.
Se minhas rimas são ruins,
É que faltou educação.
Mas esta é uma grande afirmação
De coxinha, playboy,
Alienado, direitista,
Retrógrado, opressor padrão.
Vou me redimir, ou talvez não.
Se soar coxinha,
Desde já peço perdão:
Vá tomar no cu, FIFA!
Você, quem apoia seu padrão
E a ideia de Nação!

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