sexta-feira, 6 de junho de 2014

SEM TÍTULO (CAOS CONTAMINA SUA ÍRIS.)

Caos contamina sua íris.
Você pensa que é uma borboleta azulada?
Uma bruxa de eucalipto
Guarda sua laringe
E entontece sua voz enfeitiçada.
Sua vagina é uma máquina:
A máquina do mundo,
Sempre repensada.
Que títere você controla,
Que teia de aranha você expulsa
Com o esgar do rosto?
Sua saliva tenta elaborar
Um ajuste químico
Que substitua o mosto.
Um delírio tigresa caminha com você.
Seus cabelos golpeiam algas.
Liturgias parecem expandir
Sua boca e suas mãos.
Seu nome derrete, mela,
Proclama nomes em seu nome,
Sugere disfarces.
Um déficit de sentido
Esvazia seu bocejo.
Sempre há uma aliança
Entre você e mais alguma coisa.
Uma mescla de desejos
Suja seus dentes.
Sua alucinação
Cria e mata Deus
Todo santo dia.

Nenhum comentário: