A
poeta deita com um fogo roxo nos olhos.
Hieróglifos
acompanham o desenho dos seios.
Há
marcas e luzes incompreensíveis no corpo,
Mapas
rasgados enroscados nos cabelos,
Paisagens
desérticas, dunas longínquas.
Bocas
querem aprender a ler, a decifrar.
Ela
boceja e uma massagem uterina
Incendeia
o rosto das aprendizes.
Ela
é um desenho azul marinho
Aberto
ao labirinto da noite.
Há
estrelas dentro de nós, somos estrelas
Quando
falam a ciência e a poeta.
Há
marcas de unhas e lábios
No
óleo noturno decorado em sépia:
Técnicas
da noite e da poeta.
Há
uma margem de erro na decoração
E
os erros são reapropriados
Pelo
corpo dúbio e polissígnico da poeta.
Ela
é de carne e osso.
Carne,
osso, sonho, fogo, luz, deserto, folha...
A
poeta intensifica o labirinto do corpo
E
as técnicas da noite,
Que
nela sobrancelha uma nudez carinhosa
Até
que adormeçam em paz.
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