segunda-feira, 26 de maio de 2014

SEM TÍTULO (UM MUTANTE ALUCINA DENTRO DO CORPO.)

Um mutante alucina dentro do corpo.
Como o corpo sobreviverá
Sem mutilação?
Cabelos cairão?
Braços, pernas serão decepados?
Quantos dentes restarão?
Ou: o que tanto mudará?
Qual será o itinerário da alteração?
O mutante já tentou
Estrangular Édipo,
Já se transformou em animais
Para causar pânico dentro do corpo.
Fez trejeitos de louco
Para ver se era visto no espelho
Pelo corpo.
Já foi matilha rosnando
E mordendo as costas do corpo,
Monstruoso aracnídeo
De cor negra e menstruada
Envenenando o sono do corpo.
A teia na garganta do corpo
Já capturou de um beijo a língua
Que moscou.
O mutante alucina.
Acredita que tem todos os direitos,
Mutatis mutandis.
Adora ouvir música.
É o único momento
Em que se transforma em pássaro.  

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