domingo, 25 de maio de 2014

SEM TÍTULO (POR VIAS NEM SEMPRE SUSPEITAS)

Por vias nem sempre suspeitas
A restituição do sagrado no mundo
Intumesce meus sentidos.
Tudo se comunica com o mistério de tudo.
Meus sentidos sentem um pouco de tudo
E este pouco é tudo o que há
Para que seja pleno.
A falta de sentido das coisas
Se confunde com a expansão de seu sentido.
Divindades que perderam a centelha
(Ou acenderam uma nova)
Sopram vozes em meu ouvido.
Divindades sempre evoluíram em meu corpo
Exposto a um amor primitivo
(Ou de insuspeita contemporaneidade).
A experiência do sagrado
É uma espécie de luxo
Compartilhada com humildade.
Divindades sempre colonizaram meu corpo
Como bactérias,
Muitas das quais ainda quase desconheço.
Minha pele tem surtos luminosos,
Como se momentos epifânicos se revestissem
De pele humana, pele plena.
O tom das vozes assume
Outros níveis de beleza modulada.
A cor dos cabelos se intensifica.
Minhas divindades me consultam
Como olhos astutos de criança brincando.
Sua inocente malícia respinga em meu sangue
Como um cuspe certeiro. 

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