terça-feira, 9 de julho de 2013

TEMPLO

Uma teofania se concentra
No itinerário de meu sangue.
Minhas veias são um templo
Que transborda quando ofendido
E empapa o mundo
De sacrilégio e consagração
Quando tem o portão fendido.
O sagrado é vermelho
E irriga o corpo e o mundo.
Irriga um espaço, o alimento,
Um ato humano, um momento,
E o sexo, a cerimônia do sexo.
O sagrado é sacrílego
Em sua forma mais autêntica,
É assassino de Deus,
Teme a si mesmo, e não a Deus,
E este temor é o prazer da fascinação
Do vermelho que irriga o templo.
O sagrado é a habitação no verbo
Que não se diz, no verbo morto
Ou suspenso, no verbo sem valor
Repleto de significado de tudo,
No verbo reverberando na vibração
Do sangue irrigando o templo.
Um ferimento é um alvorecer
No templo de tudo. 

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