Um
pedófilo observa do banco
O
tom branco da parte de cima dos pés
Das
crianças brincando nas poças de água.
Ele
se passa por pai,
Parente
ou somente por mais um passeante.
Se
passa por tudo, menos por pedófilo.
Mas
observando aqueles pés
Talvez
ele realmente não seja ali
Um
pedófilo à paisana,
Nem
um podófilo.
Talvez
aqueles pés sejam ali
Somente
elementos da paisagem interior
Que
o chama e acende alguma chama
Da
própria infância.
Uma
infância feliz,
Sem
violência doméstica ou sexual.
Uma
infância saudosa,
Saborosa
na memória.
Uma
infância que ele quer
Que
seja somente dele.
Ele,
a única criança feliz.
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