O
amor ama o outro corpo,
Se
corporifica no outro corpo,
Se
modifica, se sente mais,
Modifica
e sente mais o outro,
Mesmo
que o outro
Permaneça
e seja indiferente.
O
amor ama o que o outro corpo
Tem
de limpo e de sujo,
Ama
o luxo e o lixo do corpo.
Se
embebe em urina,
Cheira
fezes, órgãos sexuais,
Hálito matutino.
O
corpo se corporifica no outro
Antes
como risco de cisão
Do
que como andrógino de Platão.
Antes
como risco de deriva
E
derrisão, é o amor este perigo
De
corpo inteiro.
O
corpo inteiro inteiramente
Entregue
ao risco da mutilação,
Da
separação da cirurgia
Sem
anestesia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário