domingo, 9 de junho de 2013

Em um olhar procuro genealogias de um átimo,
Mesmo que com certo vagar; genealogias,
Algo como ficções de origem, origens monocausais,
Causas com ou sem efeito, a memória
Enquanto depósito da História e da imaginação.
O toque é outro estopim, outro dispêndio
E recompêndio de energia, de fluxos,
Experiências temporais e mesmo refluxos na garganta
Quando arranha como uma aranha
A instabilidade flertiva de um olhar pteridófito
(Avenca, sugeriria um apaixonado
Em estado de surrealidade dejavendo
Talvez um acasualmente objetivo ornamento digno
De se fotografar).
O amor é um aberro em crise de contemplação
Mendigando ruas como aquele monstro
Presenciado naqueles olhos infantis adulterizados
Por um sorriso meio mecânico ao lado da mãe.
Gosto de andar pelas ruas
E poder, de flâneur a flanelinha, me iludir
De que sempre ao final adquiro conhecimento vasto,
De que sou História, tempo, corpo e espírito revelados,
Uma espécie de queda e uma espécie de glória.

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