quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

SEM TÍTULO (A GEOGRAFIA DAS ESTRIAS)


A geografia das estrias

Mapeia viagens raiadas, solares,

Bifurcadas como redes neurais

Com seus padrões e linhas de fuga,

Cavando territórios no terrestre da pele,

No que reste de íntimo para ser exposto.

Peregrinação herética de rastros repleta,

Luminosos, profundos, sombra

Que se revela na luz e embaça:

A baça guia que só guia se procurada,

Guia perdida, guia guiada, perdida junto

Com quem a procura.

Tal geografia, sua textura, é teste

De aventura, geografia e história

Que no corpo encarna e reconta

A origem, tão perdida quanto o aventureiro,

O peregrino, a guia, quem a procura.

No estio, a estriagem dói sua luz,

Pusilânime branco, amarelo, rosa pus

Que gradua dos andarilhos

A esperança que cada um pôs.

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