Por
um momento a vi
Não
como sombra
Ou
como luz fatal.
A
vi como mulher,
Uma
mulher normal.
O
erótico animal que logo sou
Não
soube como se portar,
O
que dizer.
O
poema não houve
Ou
quase não quis haver.
A
mística dominatrix,
A
musa bizarra
Acordou
de seu sono.
Por
um momento,
Satã
deixou de existir,
Assim
como Deus.
Mulher,
terei de vê-la
A
partir de agora
Sem
mais nenhum artifício,
Estereótipo
ou mistificação?
O
poema é sono.
O
poema não acorda.
E
se acordasse, então?
E
se já desperto,
A
vendo como a mulher que logo é,
E
assim compondo os versos
Sem
mais ilusão?
E
se o poema estivesse já
Dispersando
a sombra
E
fugindo à fatalidade da luz,
Fazendo
com que você apareça
Como
sempre foi:
Uma
mulher, sem maiúscula,
Sem
a fagulha da divindade
E
sem a marca da perdição?
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