domingo, 24 de março de 2013


Amar, ter conta em banco,
Ter um filho, cometer uma violência
São a mesma coisa.
É prazer e dor que a morte
Subsume e consome.
Daqui não se leva nada,
Como dizem.
Ser filantropo ou canibal de criança
São a mesma insuficiência inata.
A morte não tem moralidade
E tudo é diluído
Em sua entranha putrefata.
A morte não tem moralidade,
Mas o que a morte tem a ver conosco?
Esta morte incomensurável, incontrolável?
Esta morte que o suicida tenta prever
E ritualizar?
A ausência moral do incomensurável
Só tem a ver com a ausência moral do incomensurável.
Nossa morte é a que se morre em vida,
É o caos como fator do equilíbrio de nossa vida.
O caos que assumimos,
Que deixamos nos transpassar.
A morte em vida.
Aquela que controlo agora
Na ritualidade da escritura.
E esta morte é o que há de mais moral.

Nenhum comentário: