Há
fogo na boca, no hálito,
Há
algo de dragão no homem,
No
ladrão de fogo
Que
se tornou o homem;
O
homem que é a criação criadora
Que
se cria roubando,
Roubando
para si o que para si exige.
Há
fogo na palavra,
Queima
o ar, faz afogar
No
fogo que fica no ar,
Nas
cinzas quentes com odor de alguma coisa
Que
permanece (e ainda aquece).
Há
sempre fogo no ar, no corpo.
Se
sente o corpo pelo fogo e pela água.
A
boca é o reino de água e fogo,
E
não só a boca.
O
desejo é fogo, a fé é fogo.
O
mundo é um incêndio
E
tem a água como aliada.
É
a água que acende e evidencia o poder do fogo.
O
homem lê e a página queima.
Queimará
sempre que se leia.
Ler
é a consagração de um instante de fogo
Que
revela ao homem que ao seu redor é o fogo.
Desejo
(aqui o grande fogo) ao homem
A
queimadura do beijo,
A
prisão de fogo do abraço
E
o fogo de fé de algumas palavras...
E
também o fogo de todo sofrimento digno de sofrer.
O
homem precisa queimar.
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