quinta-feira, 4 de maio de 2017

SOMBRAS

Fontes rumorejam com o húmus.
Pássaros triscam rapidamente
O ar esverdeado pelas folhas.
Uma fantasia que resvala a sombra humana
Percorre em vulto, mas não se realiza.
Todavia as árvores, os pássaros,
As fontes exercitam suas úvulas,
Se avisam, se inocentam.
A cada vulto, se avoluma o medo.
A inocência, porém, nunca existiu:
É o manto verde da natureza,
Sua visão panorâmica, original.
As úvulas que se inocentam
Vibram na sintonia de clítoris
Brilhantes de prazer.
As fontes fecundam com furor
As terras, se afundam como invasoras.
O vento violenta as árvores.
Elas gostam, uivam de dor e prazer,
Como a vibração de todo o resto
Do fundo império.
Nunca se soube tão ao certo
O que é sombra humana
E o que não é.   

Nenhum comentário: