terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


Fantasmas de fio
Concertando com a harpa harpíaca da noite
Uma tablatura dinâmica no frio,
Percorrendo como um sonho de vida musical,
Envolvendo casas, invadindo janelas
Como assombrações
Ou teias de aranhas maestrinas
Vibrando os gestos de nota
Dos corpos mudos.
É que nesta noite cabelos
Assumiram desejos eólicos.
Os cabelos enlaçaram dedos,
Enredaram caminhos obscuros.
Eles dormem acordados,
Relativamente domam itinerários de devaneio,
Espargem aromas criativos em conflito aberto
Com os aromas das ruas e becos.
Os cabelos querem viver outra vida,
Senhores do sonho agora, areia nos olhos
Como carícia de lembranças reestruturadas
Com outra harmonia.
Melopaica via de vida como sonho
De uma deusa com cabelos que fazem sonhar.
Ou de um deus sem cabelos a alucinar. 

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