quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

BICHO DE LUZ


Uma iluminação
Ao modo de uma iluminura desbotada.
É que amor agora é uma espécie de laxante:
Ao invés de mirra na testa cingida
Com uma carícia relaxante
É o corpo mirrado que desacumula
O objeto distante.
Nenhum platonismo de plantão
Que realoque a androginia,
Na verdade aristofânica.
Nenhuma luz brilhante e epifânica.
Somente uma iluminação desbotada,
Sem dor de rim, sem Rimbaud
Ou Baudelaire.
Uma iluminação de quem se satisfaz
Com a luz da lâmpada.
Iluminação artificial, para quem quiser.

Um comentário:

Hercília Fernandes disse...

Amei esse poema, Bonfá:
(re)luz!