segunda-feira, 15 de outubro de 2018

NO ESCURO

O corpo faz uma espécie
De contorcionismo
Para se livrar do fascismo.
Um balé da morte,
Um extravagante comporcionismo.
É preciso ser versátil.
É preciso ser switch,
Witch, bitch.
Mas o fascismo
Também se contorce,
O fascismo também dança.
O fascismo ronda
Seus órgãos
Desde a mais macia infância.
O fascismo aprende o giro, a rotação;
Não perde o trejeito
E a esperança.
O fascismo beija a pele
Na qual você tatua a #hashtag.
Criar o corpo sem órgãos
Seria uma dança possível?
Desapropriar o gesto, torná-lo puro.
Talvez toda dança
Seja sempre dançar no escuro.

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