sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

MÍSTICA

Imaginar constantemente a profusão
De prazeres do corpo alheio.
Ter acesso a isso sempre que possível.
Conubiar com o impossível como novas possibilidades:
Só o impossível abre os possíveis.
Criar uma religião para alguma bunda que já idolatro.
Criar uma língua para os critérios de vivissecção
Das iluminações que vagam no espírito dos vaga-lumes.
Recriar alguma criação até que sua origem
Se desfaça em novas faces.
Disfarçar a origem de qualquer originalidade.
Ficcionalizar a origem de uma antologia de ontologias.
Obscuresclarecer algum óbvio obnublívio.
Performar um Cristo desacreditado pelo Pai,
Que desacreditou de si mesmo
- Comer um Cheesecristo, um McCristo Infeliz,
Assistir a um Cristo XXX.
Contornar seios salgados como o doce do doce de leite:
Fortes, condizentes com as condições de possibilidade
Da força de seios entre jovens e maduros
- Tudo é hiato, de alto a baixo da existência.
Sem não saber não há saber.
Sem o impensável não há pensamento.
Sem mística cotidiana, não há nem dissabor nem sabor. 

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