Uma
odalisca, prisca,
De
outras eras,
Dança
como se a anca
Franqueasse
as esferas,
Franca
como o samba-enredo
Que
também enreda
Um
travesti de um dia
E
uma negra arisca
Que
confunde sua beleza
Com
a da noite,
Fazendo-a
sambar.
Neste
momento a negra aparece
E
a voz que embranquece
Com
alegria grita
Que
o país não é racista,
E
o povo acredita.
Carnaval
é o aval
De
que tudo vale,
E
talvez tudo valha
Se
não for algemado
Como
vândalo
De
manifestação popular.
Carnaval
é o aval
De
que tudo vale,
Mas
meus desejos
Sentem
além da estesia:
São
navalha na carne,
E
alguns me fazem chorar.
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