sexta-feira, 16 de julho de 2010

NULIFICAÇÃO

I

Tudo o que era caduco, alquebrado –
Brinquedo quebrado, espelho partido –
Já anunciava a aventura da cesura,
Suturada na carne, mas como ferida sem cura.
Tudo que ausência poderia, soltura,
Onde a agrura se rende ao prazer do que desprende;
Tudo o que, assente, anula.
Sonho de menino: eunuco.
Com amigo de ocasião, aquilo ceou
O que um do outro roubou.
O amigo, de desejo transtornado,
Mordeu também o pescoço, já decepado.
Não foi para o Paraíso: as asas cortaria.
E no Inferno, quantos membros ainda havia?

II

Co mo es cre ver s em o s bra ços ?

III

A beleza se encontra
Nas mulheres sem braços.
Ao vê-las: libação.
Braços de Vênus: onde estão?

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