domingo, 22 de janeiro de 2012

ALÉM ÉCFRASE

Brincar de ótica.
Óculos Rembrandt.
Daí o mirrado
Que não se sustenta
Tomar a bengala
De Dalí.
Agora Goya.
Elefantíase de possibilidades.
Deformação crítica
Com esperança
De fruição estética:
Sonhar com monstros
No cotidiano.
E disto tirar
Lições de ética.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Travesti de rua,
Você sabe: a vida é teatro.
É sempre o mesmo trato:
O poeta
Tem de abraçar
A margem,
O cão vadio,
O rato.
E faz bem para o retrato.
Então é assim que acabo?
Se idealizei puta,
Tenho de imortalizar
Seu rabo?

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Assombra o sonho
De barbárie antiga
Em que bacante babante
Em bando, lupina,
Me devore o corpo,
Me apresente a chacina.
Nenhuma sexy girl
Serial killer
Com roupa de fetiche,
Trejeito de louca e culta,
Dizendo que lê Nietzsche
(Produto de mídia),
Convence meu corpo
A alimentar o Orco.
A bela cecídia
Se deposita só em “ti”,
Olhar imundo de poesia...
Que eu nunca vi.