domingo, 14 de março de 2010

Cataventos verdes
Resistem a beber água,
A não ser por baixo.

A flexidez de seus troncos
Preenchem o vazio
De areias sem pegadas.

Mas suas sombras, nas areias,
Não iludem a solidão.

Às vezes tudo é tão azul...
E a distância mal revela alguns de seus pedaços.

O sol se centra
E, sentado,
Estende manto dourado
- Essa riqueza do sol de pôr ouro nas coisas -
Onde tudo deixa oscilante:
Sóis, embarcações...

A luz no centro, sempre.
Ao horizonte rente.
As areias, sem pegadas.
O homem,
Quando,
Sempre a vogar.
Ou então, encalhado,
Quando
Não no mar.

[Poema inspirado em elementos do universo pictórico do pintor, desenhista, escritor e fotógrafo Ulysses Farias].

quarta-feira, 10 de março de 2010

DANTE

Virgílio é foda.
E Beatriz... não, não fodo.
Um bicho do mato
Ligeiramente adestrado
Que gosta de ler Baudelaire;
E que, por esculacho,
Um dia fez pétalas
Somente dizerem mal-me-quer.

ME RESPOUND

Após dizer “diluidores”,
O mundo inteiro se diluiu?

UM DESBUNDE

Não me sinto mal em não poder ler a Odisséia em grego.
Qualquer coisa, respondo:
- Sou feliz: posso ejacular no mar.