I
Janto
ouvindo
Um
apresentador sensacionalista
Expondo
o tiro
Que
um policial à paisana
Desferiu
em um mercado
(O
assaltante era o negro
Porque
o branco não conseguiram mostrar).
Quando
ponho
O
feijão com tranqueira na boca,
Ele
expõe como uma menor
Foi
sequestrada e torturada
Por
um casal.
Havia
urina canina no esquema de tortura...
Bebo
o suco de laranja.
II
Saio.
Como
a sobremesa
Vendo
do vidro um mendigo
Tentando
vender algo sujo
E
sem sentido útil.
Ele
não quer comida,
Quer
bebida.
Este
desejo não justifica
Nem justificou
O
fato de ele ainda estar ali...
A
sobremesa é boa.
III
Converso
com uma amiga
Que
encontrei na rua:
“Parei
com o pó,
Só
erva agora.
Nossa,
rolou meio
Que
uma suruba
Naquela
balada lá!
Saí
com homem e mulher.
Não
estou nem aí.
Digam
o que quiserem.
Por
que você não foi?
Estou
de mal.
Ah,
gostei do seu último poema,
Mas
ainda não li inteiro”.
Respondo
que não pude ir
E
agradeço.
Sorrio.
Sim,
digam o que quiserem.
Chega
também um amigo crente,
Conversamos
mais um pouco
E
nos despedimos.
IV
Vejo
a Veja na banca de jornal.
Vejo
alguma notícia global.
Meu
corpo recorda
A
abstinência de pornografia.
Qual
o meu vício?
V
Tenho
insônia, mas adormeço.
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